Desafio de 3 horas offline

Parece ser um desafio fácil, simples, e até bobo.

Parece moleza conseguir ficar 3 horas completamente offline.

Vamos dificultar?

Essas 3 horas devem ser escolhidas durante o dia. Enquanto você dorme, não vale.

Vamos dificultar mais?

Essas 3 horas devem ser completamente enquanto seus filhos estão por perto.

Mais?

Não vale sequer se lembrar que seu smartphone está no bolso, bolsa, ou ao alcance.

Spoiler: vai ser muito bom, tanto pra você, quanto pra criança. Vamos à história, porque é o que eu sei fazer de melhor…

Parei na escola às 11:00 da manhã, e já comecei a conversa com um outro papai, um dos poucos no meio da maioria absoluta de mamães (e babás) que aguardam as crianças. Ficamos ali conversando sobre o evento do fim de semana, e de como ações assim são necessárias para derrubar preconceitos e desconstruir verdades que afastam muitos “pais” (sim, entre aspas mesmo!) da rotina e das atividades dos seus filhos.


11:30 o portão abriu, e entramos na escola. De longe, no campo de visão do portão de entrada, avistei Marília e vi que os olhares se cruzaram. Ela parecia bem, e já mandei um sorrisão que foi prontamente respondido. Sinalizei, do meu jeito, que iria até a Camila primeiro, depois voltaria para pegá-la. Ela sabe que quando tem balé da Camila eu passo lá primeiro. Ganhei um “joinha” de aprovação. Passei na Camila, cumprimentei, ganhei meus abraços, me despedi (com a promessa diária de que eu voltaria para buscá-la), peguei sua mochila e fui pra sala do maternal. Ali costumo causar o caos total quando apareço na janela. A professora não deve gostar nada disso, mas…


Marília saiu comigo e ofereci 2 opções: esperar Camila durante a aula de balé, e assim ela poderia brincar até o horário do fim da aula; ou irmos pra casa pra ela almoçar enquanto eu voltaria para buscar Camila. Claro que ela, sem pensar muito, optou pela primeira opção.
Seu primeiro pedido foi que brincássemos de lobo e porquinho. Porquinhos, na verdade, porque assim que começamos a brincadeira, outros vários colaboradores aparecem. Corre daqui, assopra dali, finge estar dormindo, corre pra lá, e logo escalei alguns outros “lobinhos” para me auxiliar na captura dos “porquinhos”.


Primeiro problema: Marília, na tentativa de fugir, acabou acertando com os pés o rosto de uma coleguinha. Sim, teve choro, e o papai aqui parou a brincadeira para um pedido de desculpas (tranquilo) e pra resgatar a “lobinha” pra lida.


Corre daqui, grita dali, foge, se escondem dentro da casinha de plástico do pátio da escola, até que o segundo problema apareceu: derrubaram a porta da casinha de plástico. Papai verificou que ninguém havia se machucado e fui tentar colocar a porta de volta. Não consegui. Chamei todos os coleguinhas para irmos até o zelador explicarmos o que havia acontecido, para que assumissem todos a responsabilidade pelo ocorrido. Assim foram, correndo, e contaram tudo ao zelador, que os tranquilizou.


Então fomos esperar na porta da saída do balé até Camila sair. Peguei as duas e fomos pro carro. De lá deixei as meninas e fui trabalhar.


Foram 3 horas sem sequer me lembrar das maravilhas da tecnologia de bolso.


Foram 3 horas completamente desconectado do Whatsapp, Instagram, ou seja lá o que for. E tinha postagem pra fazer, respostas para dar, mas mesmo assim eu desconectei. E sabe qual a sensação? Foi ótimo! Me senti tão bem quando vi que havia feito isso de forma natural.

Não fiquei offline 3 horas por conta de reunião, ou de trabalho, ou de sono. Foram 3 horas offline de contato com minhas filhas, e isso não tem valor.


Experimente. Se achar que 3 horas é muito, comece com 30 minutos.


Vamos nos conectar mais com nossos filhos.


Bons sonhos!

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